A Igreja Matriz ou paroquial de S. João do Campo localiza-se no centro da povoação, junto à principal artéria do lugar, destacando-se pela sua imponência.
Na génese do templo esteve uma pequena capela particular, pertença do Sr. José de Moura Gusmão e sua esposa D. Maria do Carmo de Moura Forjaz, de Sandelgas, da qual se preserva uma lápide na capela do corpo, junto ao altar colateral direito. De acordo com esta inscrição, e com a escritura datada de 23/11/1870, verificou-se a doação pública da capelinha à Junta de Paróquia, tendo como propósito a edificação de uma Igreja Matriz, em consonância com o crescimento do povoado que se tornara a sede da freguesia (em substituição da antiga igreja paroquial da Cioga do Campo que caíra em ruína com o passar do tempo).
A Igreja seria edificada em 1873, concluindo-se os trabalhos na década seguinte com a inauguração da Torre da Igreja em 1885.
A fachada é de traçado oitocentista e cariz neoclássico. Foi remodelada nos princípios do séc. XX, de acordo com projeto de António Mano Ribeiro orçado em 499.000 reis (1905). O primeiro assento de batismo na nova Igreja de Lavarrabos, data de 02/03/1873.
O templo apresenta-se com nave única, nela se destacando o retábulo principal e os dois colaterais, em talha dourada, do tipo barroco, datando de finais do séc. XVII, possivelmente oriundos do Mosteiro de Sandelgas. Surgem decorados com colunas e arcos torcidos, enramadas de pâmpanos. O retábulo principal apresenta-se dominado por grande tela central, representando o Batismo de Cristo no Rio Jordão, obra assinada por António José Gonçalves das Neves, com data de 1876.
Ao nível escultórico destacam-se as imagens de madeira que ladeiam a tela principal: S. Francisco (à esquerda), e Santa Clara (à direita), obras produzidas nos finais do séc. XVII. De valor é, também, a imagem, em pedra, de Santa Luzia, datável dos finais do séc. XVII, princípio do XVIII.